Estaria o Brasil descendo a ladeira da economia? Essa é a impressão de muitos especialistas e empresários do ramo econômico sobre a expectativa para o desempenho do país em 2014. Apesar de receber a Copa do Mundo, eles não esperam que o Brasil retome o ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos anos e acreditam que o mundial de futebol não deve contribuir para uma melhora do cenário econômico nacional, que é considerado preocupante.
Um dos últimos sinais mais claros em relação à essa queda da economia é o recente rebaixamento da nota do Brasil na agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), que reflete a falta de confiança em investir no país. A nota brasileira passou de “BBB” para “BBB-“. Apesar da queda, a nota atual mantém o Brasil com grau de investimento, que é quando o país é recomendado como destino de aplicações. No entanto, esse é o último estágio antes de perder esse posto.
A justificativa para o rebaixamento da nota brasileira, segundo a Standard & Poor’s, são os sinais obscuros da atual política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, aliado também a um frágil quadro fiscal, além da desaceleração do crescimento do país, como mostra o PIB.
Ainda de acordo com a S&P, a queda do rating brasileiro demonstra uma “derrapagem orçamentária” num contexto com perspectivas de “crescimento moderado no próximos anos”, baixo volume de investimentos, capacidade restrita a ajustar a política antes das eleições de outubro e o enfraquecimento das contas externas do país.
Todas essas sinalizações contribuíram para uma implicação negativa para a credibilidade das contas fiscais e da política econômica, o que acabou pesando sobre a flexibilidade das políticas e do perfil de desempenho do Brasil, segundo a S&P.
Para o ministro da Fazenda Guido Mantega, a decisão da agência é contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil. O ministro demonstrou insatisfação com o rebaixamento da nota brasileira e afirmou que a medida é “inconsistente com as condições da economia brasileira”.
Mesmo com a queda, o Brasil mantém o status de “bom pagador” junto às instituições financeiras, conforme divulgado pelo Ministério da Fazenda. E, ao que parece, apesar do fraco rendimento da economia, a população do país tem criado medidas que visam manter o histórico de crédito positivo. A bankfacil, especialista em finanças, divulgou algumas dicas úteis para quem pretende manter esse status: realizar pagamentos em dia, conhecer suas habilidades financeiras e regularizar suas dívidas são as medidas principais.
Para alguns especialistas do setor econômico, o governo brasileiro deve voltar suas atenções às commodities, pois se trata de uma parte da economia que ajuda a elevar as contas positivas do país. Além disso, acreditam também que é necessário um ajuste na política macroeconômica, caso contrário o baixo crescimento será acompanhado de uma inflação elevada, o que levaria a uma crise de financiamento no balanço de pagamentos, já que a entrada de capital seria menor. Só assim o país evitaria continuar descendo a ladeira da economia mundial.